13 setembro, 2008

:: rua da matriz

Trata-se de lidar com o inexorável ela disse. Descia a cerveja quente quase que por obrigação. Sabe? O inexorável peso de ser só, completou. Estendeu a mão para alcançar os cigarros. Vento encanado vindo da rua do cemitério e elas na rua e a rua escura. Análise é ótimo, tenho umas sessões tão densas. Na última chorei falando de Laura ela disse. Não queria mais o frio e a cerveja e a conversa triste sobre fracassos solidão e amores passados papos fadados a porre e ressaca matinal. Trago lento, gole seco. Ela disse. Trago lento, gole seco. Ela disse. Trago lento...linda, que peito...Ela disse Ela disse. Jogou fora o cigarro. Pegou o casco de antartica num abrupto movimento feriu. Lidar com o inexorável meu cu berrou enquanto a garrafa estilhaçava e os vidros rasgavam a pele a cabeça o lindinho rosto. Bruna? Oi. Percebeu que ela lhe olhava, sobrancelhas arqueadas, leve sorriso de canto de boca. e que boca. Pensou em como era possível ter beijado essa boca no passado.  Ter amado, ter amado. Sempre uma confusão. Vento frio cortava fez que estava distraída e catou um outro cigarro na mão.

Nenhum comentário: