20 dezembro, 2009

:: formol

Sim há tempos não escrevo. Dentro, o vazio em silêncio se esconde no canto, e a voz latente - gosto de pensar que esteja lá, quieta mas ainda assim lá. Latente nos os últimos anos. Inerte dentro de um aquário de formol. Viva e tão viva observando somente - por opção própria. Acredito em reclusão, em ano sabático em ouvir-se o nada. Acredito que é necessária a descida aos infernos para uma retomada gloriosa. Acredito nesse papo mitologia astrologia com cigarros e vinhos dentre poetas, escritores de dois livros produtores de festas baratas e cineastas de um filme só. Acredito que passa. Tempo passa e vida inglória fica silente no vazio no canto. Não se trata de amargura, mas de recomeço. De escolhas e chances. Desperdiçadas ou devoradas com a ferocidade de quem é apaixonado. Antes escrevia, agora reflito somente. Sim, há tempos não escrevo...

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